No segundo dia da Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio, a participação das futuras gerações em atos em defesa do rio foi o ponto alto. Tanto em Santa Rita Durão, distrito de Mariana, quanto em Fonseca, distrito de Alvinópolis, dezenas de alunos da rede pública de ensino compareceram aos eventos de mobilização. Músicas e apresentações culturais com enfoque na temática das águas deram o tom durante os encontros. Integrantes da expedição também fizeram as primeiras incursões pelo Piracicaba em caiaques.
Pela manhã, em Santa Rita Durão, houve uma roda de conversa com os alunos da Escola Municipal Sinhô Machado, que conta com 315 alunos entre 4 e 19 anos. A diretora Homelina Maria Oliveira destacou a importância da expedição para conscientizar crianças e jovens sobre a importância da preservação do Rio Piracicaba. “É fundamental saber que fazemos parte de tudo o que envolve o rio. As crianças se sentem próximas do Piracicaba e todas ficaram muito tristes com tudo que vem ocorrendo no Piracicaba”, destacou.
Três caiaques navegaram em alguns trechos do Piracicaba. Havia vários pontos assoreados, com grandes quantidades de hematita carreadas, impossibilitando a navegação. Esse cenário é uma mostra da degradação do rio.
No meio da tarde, as equipes chegaram ao distrito de Fonseca, em Alvinópolis, onde dezenas de estudantes aguardavam a chegada dos caiaques, além de moradores, autoridades municipais, militares do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, dentre outros convidados. Os alunos prepararam apresentações culturais defendendo a preservação do rio e entoaram o Hino da Expedição Piracicaba, composta pelo alvinopolense Marcos Martino.
Uma das presentes, a aposentada Maria Aparecida Ferreira, de 75 anos, lamentou os impactos no Piracicaba no decorrer das últimas décadas. “O rio era outra coisa. A água era limpinha, todo mundo pescava e tomava banho nele. Hoje a água está embaçada”, afirmou.
Coleta de Amostras
A equipe de pesquisadores da Expedição Piracicaba já fez a coleta de amostras de água em 12 pontos do Rio Piracicaba, inclusive na região de Barão de Cocais, onde há risco de vazamento de rejeito de minério de ferro nos cursos d’água da região.
Os pesquisadores seguem à frente do restante da equipe justamente para garantir que a água coletada na bacia possa ser analisada sem a interferência de um possível acidente ambiental.
Foram demarcados 28 pontos de coleta ao longo dos 241 quilômetros do Rio Piracicaba.
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