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Expedição Piracicaba levanta âncora e inicia nova jornada

Levando conhecimento e buscando soluções, iniciativa apresenta diagnóstico inédito sobre a bacia do Rio Piracicaba nas 21 cidades que compõe o hidro território.

A Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio iniciará em 18 de março a segunda fase do projeto que percorreu os 241 quilômetros do leito do Rio Piracicaba para traçar um diagnóstico inédito. Passados três anos da primeira descida pelo rio, a equipe do projeto retornará aos 21 municípios inseridos na bacia hidrográfica do Piracicaba, na Região Central de Minas Gerais, para apresentar os resultados do trabalho.
Com início em Ouro Preto e término em Ipatinga, em 25 de março, a Expedição Piracicaba promoverá a entrega do diagnóstico mais completo já feito sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, publicado em formato de livro e com contribuições de especialistas de diversas áreas.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Itajubá (Unifei – Polo Itabira), do mestrado Profágua, analisa a qualidade e vazão das águas e o uso e ocupação do solo na bacia. Além disso, em conjunto com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a startup OAK Energia, traz um inédito levantamento de microcontaminantes presentes no rio. Outra novidade do diagnóstico são as análises geoespaciais desenvolvidas pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, sediado em Belo Horizonte, pesquisa pioneira no território, explica o organizador da obra, Geraldo Magela Gonçalves.
A publicação também faz um apanhando sobre a história da ocupação do hidro território e rememora passagens da primeira edição da expedição. O leitor poderá acessar tanto dados científicos quanto conhecer pessoas cujas vidas se confundem com o rio, acrescenta Gonçalves.
Os eventos estão sendo organizados pelos municípios banhados pelos cursos dágua que compõem a bacia do Piracicaba e estão inseridos nas celebrações preparadas para a Semana da Água. Eles contarão com a presença de autoridades e representantes da sociedade civil que lutam pela recuperação e preservação de um dos principais afluentes do Rio Doce.

Seminários, exposição fotográfica, exibição do documentário produzido à época da primeira descida, apresentação do diagnóstico e de propostas para revitalização dos cursos dágua da bacia compõem a programação.

Um dos grandes desafios que temos pela frente é integrar o hidro território da bacia do Rio Piracicaba. Hoje essa região se apresenta apenas como uma divisão geográfica, mas guarda enorme potencial para ser uma divisão geopolítica, o que lhe daria muito mais visibilidade e recursos para buscar as soluções que necessitamos, avalia o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, Flamínio Guerra.
Além de desvendar o rio, a Expedição Piracicaba nasceu com o objetivo de fortalecer a mobilização social em prol da recuperação da bacia. Na primeira edição, milhares de pessoas se reuniram nas cidades visitadas para acompanhar os eventos da Expedição. A expectativa é que, novamente, a conscientização seja a protagonista.
Iniciativa organizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba (CBH-Piracicaba) em parceria com o jornal Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio, a expedição tem a coordenação técnico-científica da Unifei-Profágua e o apoio da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), OAK Energia, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) de Belo Horizonte, Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Itabira (SAAE), Agência Nacional das Águas (ANA) e Instituo Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) além de todas as prefeituras da bacia.
No início do mês, membros da coordenação do projeto visitaram todas as cidades que receberão o diagnóstico, ocasião em que novas parcerias foram firmadas.

A expedição
Nascida em 2019, a Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio promoveu o mais amplo diagnóstico já realizado na Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba e um dos mais completos do Brasil.
Pesquisadores e mestrandos da Unifei – Campus Itabira, acompanhados de outros especialistas, desceram os 241 quilômetros do leito do Rio Piracicaba e seus afluentes, coletaram amostras de água e do solo, fizeram levantamentos sobre uso e ocupação do território e identificaram fontes poluidoras, pontos de lançamento de efluentes e esgotamento sanitário.
Entre os parâmetros de qualidade da água analisados, num total de 38, estão pH, temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, turbidez, concentração de nitrogênio, fósforo, amônia, coliformes termotolerantes, sólidos totais e sílica solúvel, além dos microcontaminantes.
A Unifei-Itabira é um polo de estudos dessa temática, sendo uma das 14 universidades brasileiras parceiras da ANA na oferta do ProfÁgua, mestrado na área de gestão e regulação de recursos hídricos. Equipes do Igam acompanharam o trabalho para certificar a metodologia adotada.

Apoiam também o projeto a Amepi, Amva, 11º BBM; 12º PMamb, Sisema – Governo Estadual, CBH Doce, MPMG, PERD, Parque Nacional do Gandarela, RPPN Caraça, Jornais, Rádios e sites das cidades da Bacia, TVs Globo Minas, G1, Rede Minas, TV Alterosa, SBT, Record, Iteract TV, Sites e Blogosfera.
O projeto conta com o patrocínio da Bemisa, Cenibra, ArcelorMittal, Gerdau, Anglo American, Usiminas, Copasa, Grupo Avante–GSM–Ferro Puro, prefeituras de João Monlevade, Catas Altas, Rio Piracicaba, Itabira, Nova Era e câmaras de vereadores de Rio Piracicaba e Catas Altas.